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quarta-feira, 21 de agosto de 2013



Estudo vincula recessão britânica a mil 



suicídios


Essa é uma sombria lembrança depois da euforia olímpica', diz sociólogo.
Número de suicídios também cresce em outros lugares da Europa.

A recessão, o desemprego e as medidas governamentais de austeridade já levaram mais de mil pessoas a cometerem suicídio na Inglaterra, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira (15).
Essa análise comparou o número real de suicídios com a cifra que era esperada caso as tendências pré-recessão se mantivessem. O resultado reflete conclusões de outros lugares da Europa onde os suicídios também estão crescendo.
"Essa é uma sombria lembrança, depois da euforia olímpica, dos desafios que enfrentamos e dos que estão pela frente", disse o sociólogo David Stuckler, da Universidade de Cambridge, um dos autores do estudo publicado no British Medical Journal (BMJ).
Estatísticas
Segundo os pesquisadores, entre 2008 e 2010 houve 846 suicídios a mais entre homens na Inglaterra do que se poderia esperar, e 155 entre mulheres.
Entre 2000 e 2010, cada aumento anual de 10 por cento no número de desempregados correspondia a uma elevação de 1,4 por cento nos suicídios masculinos, segundo o estudo.
A análise usou dados do Banco de Dados Nacional de Resultados Clínicos e de Saúde, e do Departamento Nacional de Estatísticas.
Keith Hawton, professor do Centro para a Pesquisa do Suicídio, da Universidade de Oxford, que não participou do estudo, disse que as conclusões são "de considerável interesse, e certamente geram preocupações", mas que devem ser interpretadas com cuidado.
"Também é importante que não sejam excessivamente dramatizadas de forma a aumentarem os pensamentos suicidas entre aqueles afetados pela recessão", disse ele num comentário por e-mail.
Stuckler, que trabalhou com pesquisadores da Universidade de Liverpool e da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, salientou que, embora esse tipo de estudo estatístico não seja capaz de estabelecer um vínculo causal, há um forte indicador de que as duas coisas estão associadas.
Suas conclusões são reforçadas por outros indicadores sobre o aumento nos problemas de saúde mental, estresse e ansiedade, acrescentou. Ele também apontou que o estudo mostrou uma ligeira redução no número de suicídios em 2010, coincidindo com uma pequena recuperação no emprego entre os homens.





Estudo busca exame de sangue capaz 





de identificar risco de suicídio








Cientistas identificaram marcadores comuns a pessoas com maiores riscos.
Objetivo é criar uma ferramenta mais objetiva para prevenir o suicídio. 

Equipe liderada por Alexander B. Niculescu identificou uma série de biomarcadores de RNA no sangue que podem ajudar a identificar quem tem risco de cometer suicídio. (Foto:  Indiana University/Divulgação)Equipe liderada por Alexander B. Niculescu identificou uma série de biomarcadores de RNA no sangue que podem ajudar a identificar quem tem risco de cometer suicídio. (Foto: Indiana University/Divulgação)

Os resultados, publicados na revista “
Molecular Psychiatry”, mostram que existem biomarcadores que são encontrados com mais frequência em pessoas que apresentam pensamentos suicidas.Com o objetivo de desenvolver uma ferramenta mais objetiva para prevenir o suicídio, pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, começaram a buscar características que pudessem ser identificadas em testes de sangue relacionadas ao comportamento suicida.
“Há pessoas que não revelam que têm pensamentos suicidas quando questionadas e que, em seguida, cometem suicídio, sem haver nada que se possa fazer sobre isso. Precisamos de melhores maneiras de identificar, interferir e prevenir esses casos trágicos”, diz o médico Alexander Niculescu, coordenador do estudo.
Para chegar a essa conclusão, a equipe liderada por Niculescu acompanhou um grande grupo de pacientes com transtorno bipolar, com quem foram feitas entrevistas e testes de sangue periódicos. Os cientistas, então, compararam as características do sangue de pacientes que relatavam pensamentos suicidas e pacientes que não tinham essa tendência.
Dessa forma, a equipe chegou a alguns possíveis marcadores de RNA relacionados ao comportamento suicida. Essas amostras foram comparadas, em seguida, com o sangue de pessoas que cometeram suicídio, comprovando que existiam marcadores comuns nesses grupos.
Finalmente, esses marcadores foram buscados em diferentes grupos de pacientes psiquiátricos. A presença dos marcadores realmente foi capaz de prever o risco da ocorrência de hospitalizações por tentativa de suicídio.
“Isso sugere que esses marcadores refletem mais do que apenas um estado atual de alto risco, mas podem ser marcadores relacionados ao risco de longo prazo”, diz Niculescu. Ele acrescenta que o recurso deve ser utilizado em conjunto com a análise de outros fatores de risco identificados clinicamente.